sábado, 24 de maio de 2025

Contrato de Gaveta na Compra de Imóveis: Quais São as Garantias?

 Você já ouviu falar no famoso “contrato de gaveta”? Esse tipo de acordo é bastante comum no Brasil, especialmente quando o comprador ainda está pagando o imóvel ou quando há dificuldades em realizar a escritura definitiva de imediato. Mas você sabe quais são as garantias — e os riscos — que ele realmente oferece?

O que é um contrato de gaveta?

O contrato de gaveta é um acordo particular, feito entre comprador e vendedor de um imóvel, sem registro no cartório de imóveis. Em geral, ele é usado quando as partes desejam formalizar a compra e venda sem passar por um processo público de transferência da propriedade.

Apesar de ser válido como prova de um acordo entre as partes, esse tipo de contrato não transfere a propriedade oficialmente. Ou seja: na matrícula do imóvel, o proprietário continuará sendo o vendedor, mesmo que o comprador já tenha pago integralmente.

Que garantias esse contrato oferece?

Embora limitado, o contrato de gaveta ainda tem alguma força jurídica. Veja as principais garantias:

  • Vínculo contratual válido: Ele gera obrigações entre as partes e pode ser exigido judicialmente.

  • Posse legítima: O comprador pode ocupar o imóvel, desde que o vendedor não conteste.

  • Comprovação de pagamento: O contrato pode servir como prova em uma futura ação de adjudicação compulsória (para obrigar o vendedor a passar a escritura).

  • Previsão de multas e cláusulas protetivas: Um bom contrato pode conter sanções por descumprimento e condições de regularização.

Mas atenção: os riscos são reais

O contrato de gaveta não protege o comprador contra:

  • ⚠️ Penhoras ou dívidas do vendedor: Como o imóvel ainda está no nome dele, pode ser usado para quitar débitos.

  • ⚠️ Venda duplicada: Nada impede o vendedor de tentar vender o mesmo imóvel para outra pessoa.

  • ⚠️ Problemas na regularização futura: Herdeiros, litígios e irregularidades podem dificultar a escritura.

  • ⚠️ Impossibilidade de financiamento ou revenda formal: O comprador não poderá registrar o imóvel nem usar como garantia em bancos.

Como minimizar os riscos?

Se você está pensando em firmar um contrato de gaveta, siga estas dicas:

  • 📑 Consulte a matrícula do imóvel e verifique se há dívidas ou impedimentos.

  • 🖊️ Faça o contrato com ajuda de um advogado, incluindo testemunhas e cláusulas claras.

  • 🧾 Guarde todos os comprovantes de pagamento.

  • 📌 Reconheça firma em cartório.

  • ⚖️ Assim que possível, providencie a escritura pública e o registro no cartório de imóveis.


Conclusão:
O contrato de gaveta pode parecer uma solução prática, mas deve ser usado com cautela. Ele tem valor jurídico, sim — mas não substitui o registro da propriedade. Se você está comprando ou vendendo um imóvel, o ideal é buscar segurança jurídica desde o início. Afinal, com imóvel, todo cuidado é pouco!

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